terça-feira, 9 de junho de 2009

Tua escrita

Palavras mudas atrevidas
Acordam sonhos tamanhos
Lascas poetas vividas
Exaltam sentidos estranhos

É tua escrita difícil
Que de ler me dilacera
Me excita e desespera
É tua escrita vadia
Que me depena os anseios
Me permite a devaneios

Em sonhos de suor molhados
Lençóis corpos enroscados
No êxtase conforme fusão
Lágrimas quentes explosão

nature - 09.06.2009

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Insinuações


Oh insana alma perversa mulher
Não ouses provocar-me sequer
Da perversidade eu sou tutor
Ao teu ritmo quero e avanço
Pensando que nunca me canso
Eu corro em nome do amor

Tu, dona prodígio veneno
Mulher de corpo pleno
Espetas fundo tua lança
Cego e ousado penetrar
Quente e húmido pulsar
Aos poucos por mim avança

Uma dança envolve-me o ser
Musa pronta a me envolver
Meu par de sonho encantado
Sente-me as mãos q te roçam
Sente-me os dedos que coçam
Onde te mora o pecado

Orgasmo de versos estrofes
Sinto-te o mal de que sofres
Vidas traçadas no papel
Vontades desejos recalcados
Inteiros partidos bocados
Gravados em ti a cinzel

Renego essa dor que corta
Esconjura-me que não me importa
Faz-me pedaço despedaçado vazio
Em palavras assumo meus actos
Resta a evidência dos factos
Sou homem corpo vadio
Nature

sábado, 23 de maio de 2009

Solta-te

Morde-me mulher veneno
Em imenso corpo pequeno
Espalha molhada saliva
Bebo-te mesmo sem sede
Em bica agora sem rede
De desejo e vontade viva

Vem-te mulher diabo
Cospe em mim doce escaldado
Por um fogo que te consome
Sinto teus orgasmos vadios
Correm por mim como rios
Por fendas e cantos sem nome

E finalmente dás-te por rendida
Depois de curada a ferida
Suspiras de exaustão
E eu, de corpo e alma
Me rendo à tua calma
Te guardo em meu coração
Nature - 10.05.2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Às cegas...

Rasgo-te a roupa feroz
Procuro teu ninho do amor
Dedo a dedo percorro-te veloz
Quero o que tens de mais valor

Braços fortes
Espreitam sortes
Encobrem-te com artes
Lindas íntimas partes

Lânguido, sôfrego, teso
Brilho por demais aceso
Bebo em ti teu leite doce
Como se animal eu fosse
Arrepios em mim a ferver
Agora que sinto te ter
Entrego-te legado meu ser
Em troca loucura gemer

No final de contas
Enquanto me montas
Fazes de mim cavalo
E a relinchar
Faço de ti meu par
Golpe de laço e estalo
Nature - 21.05.2009

entenderes....

Instabilidade do meu ser
Débil Forte
Pleno de vida morte
Meu difícil entender
Dúbio concreto
De Vazio completo

Empatado relógio vida
Rápido lento
Pintado de cores cinzento
Prosa solta contida
Rápidos demorados
Lidos em sinas e fados
Nature - 21.05.2009